Menus

  • Início
  • Brega
  • Sertanejo
  • Arrochadeira
  • Forró Cda Pagodão
  • Pagode Romântico
  • Funk
  • Diversos
  • quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

    Casal de cadeirantes se casa, mulher do casal é da cidade de Adustina-BA

    Por Shanddy Notícias em 23 de Janeiro de 2014

    neide 002
    Eles se conheceram pela internet. Elton Araújo Chaves, 28, e Givaneide Maria Santos Chagas, 30, começaram a conversar, há dois anos, através da uma rede social em que há um grupo frequentado principalmente por pessoas com deficiência. Elton e Givaneide são cadeirantes. Elton mora em Amparo e Givaneide é de Adustina, uma cidade no interior da Bahia, que faz divisa com Sergipe.
    neide 03
    Aos poucos, não só o jovem casal foi se tornando íntimo, mas também a família e os amigos de ambos, que eram chamados para participar da conversa, pela webcam, e conhecer o dia a dia dos dois lados. No início de 2012, Givaneide veio a Amparo e foi pedida em casamento por Elton. Em 2013, ela estava hospedada em sua casa, localizada no Jardim São Dimas, junto com sua mãe, Maria Pureza dos Santos, para acertar os últimos detalhes do casamento que foi realizado no dia 28 de dezembro, na Igreja São José Operário.
    neide 01
    No dia em que a Reportagem do Jornal A Tribuna esteve na residência de Elton e sua família – agora também o novo lar de Givaneide e sua mãe – a noiva estava se preparando para realizar a última prova do vestido que será usado na cerimônia religiosa.
    A questão da acessibilidade
    Elton tem distrofia muscular progressiva e se locomove há vários anos numa cadeira de rodas. Givaneide teve o diagnóstico de um tumor na coluna, passou por uma cirurgia para a extração do tumor, há seis anos, e, desde então, também usa uma cadeira de rodas para se locomover. O cotidiano do casal tem sido ficar junto, conversar com a família e participar, aos sábados, na EE Noedir Mazini, das atividades promovidas pela Associação Amparo Eficiente, que se utiliza do espaço disponibilizado pela escola para oferecer aos participantes a atividade de confecção de artesanato e promove alguns passeios, como a ida ao cinema. Segundo a presidente da Associação, Shirlei M. da Silva Cita, o ideal seria oferecer mais opções de atividades, mas a Amparo Eficiente não conta, atualmente, com os estagiários e voluntários, sempre importantes para o desenvolvimento de qualquer projeto. Além da ida à Amparo Eficiente, Elton e Givaneide pouco saem. Circulam, às vezes, pelo bairro, com o auxilio de suas mães – a mãe de Elton, Solange Pereira Araújo também está sempre presente. O casal fala do desejo que tem de passear pelo centro da cidade, mas a impossibilidade de se utilizar dos ônibus não permite que esse passeio seja feito. “Nem todos os ônibus têm o elevador de acessibilidade para os cadeirantes, e muitos dos que o possuem não contam com profissionais treinados para nos ajudar a usar o elevador”, relatam. Desta forma, Elton e Givaneide deixam não só de frequentar o Centro do município, como também de fazer as sessões de fisioterapia, cujas clínicas que fazem atendimento pelo SUS localizam-se na região central de Amparo. A fisioterapia é fundamental para ambos. No caso de Elton, que possui uma doença progressiva, de acordo com o que seus médicos afirmaram à sua família, a fisioterapia oferece a possibilidade de a distrofia não se desenvolver de forma acentuada e até de não se desenvolver mais. Givaneide precisa da fisioterapia para fortalecer seus braços, importantes para sua movimentação, e para o fortalecimento da coluna, fragilizada desde a cirurgia.
    A deficiência e o dia a dia no relacionamento amoroso
    neide 04
    Givaneide é bastante comunicativa e muito observadora no que se refere à realidade da pessoa com deficiência. Relata que, antes de conhecer Elton, nunca tinha visto pessoalmente outra pessoa numa cadeira de rodas. “Em minha cidade, que é muito pequena, alguém numa cadeira de rodas é algo totalmente estranho à população. Muita gente não sabe como se aproximar, não sabe como se dirigir para falar comigo. Às vezes, fazem perguntas a meu respeito para minha mãe, mesmo estando eu ao lado dela, considerando-me como alguém não consciente de tudo que se passa. Minha mãe faz questão de falar: ‘Pergunte à minha filha. Ela está em uma cadeira de rodas, mas consegue ouvir e falar’ “. Sobre seu casamento com Elton, Givaneide diz que ele causou indignação em algumas pessoas. “Teve gente que me perguntou como eu e o Elton faríamos para namorar, ter filhos… Eu respondia: “Ô, minha filha, por um acaso você tem filhos pelas pernas? Quando você está namorando, você fica em pé ou deitada?”. Questionados se os planos para o futuro incluem filhos, ambos dizem que irão procurar médicos para pensar, posteriormente, na possibilidade de ter filhos. Acreditam que Givaneide deverá passar por um tratamento para fortalecer sua coluna e estar apta para uma gestação. Para as pessoas com deficiência que se sentem sós e que têm o desejo de encontrar alguém com quem compartilhar a vida, o casal fala: “Quem ama não fica preso à deficiência do outro. Ninguém tem que ter vergonha de se expor, de mostrar quem é. Embora algumas pessoas achem que porque estamos em uma cadeira de rodas deixamos de ser homem ou mulher, isso não é verdade. Além disso, a gente ajuda um ao outro. Às vezes, tem um que escorrega e o outro ajuda a levantar. Estamos juntos nos amando e nos ajudando a superar nossas limitações”.
    (Matéria publicada pelo Jornal A Tribuna / Amparo, SP – Edição nº1188-20/12/2013 – Fotos: Facebook Neide Chagas)
    Informações: Rodrygo Ferraz.com

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário